Cumming in DP – Indio Brabo, Marcos Piovesan, Your XL Twink

O bar “Cativeiro” era um lugar onde os nomes eram esquecidos e os segredos eram a moeda corrente. Na pista de dança, sob luzes estroboscópicas, **Your XL Twink** era uma força da natureza. Com quase dois metros de altura, cabelos platinados e um sorriso que desarmava, ele dançava com uma graça que desafiava seu tamanho, um contorcionista em um corpo de gladiador. Era a rainha da noite, adorado por todos, mas pertencente a ninguém.
Num canto escuro, observando com olhos de águia, estava **Indio Brabo**. Ex-lutador, dono de uma pousada à beira do rio, ele era um homem de poucas palavras e cicatrizes muitas. Seu jeito rude e sua lealdade feroz eram lendários. Ele não frequentava aquele mundo, mas estava lá para cobrar uma dívida. Até que seus olhos se prenderam ao redemoinho de luz que era Your XL Twink.
No balcão, servindo drinques com uma precisão cirúrgica, estava **Marcos Piovesan**. Ex-contador, ele comprara o bar para fugir de uma vida de planilhas. Era o porto seguro, o ombro amigo, o homem que lembrava o nome de cada cliente e sua bebida preferida. Seu coração era grande e solitário, dividido entre uma admiração silenciosa pela força bruta de Indio e um fascínio pela beleza explosiva de Your XL Twink.
O destino teceu seus fios numa noite de tempestade. Uma briga explodiu, e Your XL Twink, defendendo um amigo, se viu encurralado. Indio, movido por um instinto que não entendeu, interveio. Sua presença foi suficiente para dispersar a confusão. Molhado e com o batom levemente manchado, Your XL Twink olhou para seu salvador inesperado.
“Eu não precisava de ajuda, sabia?”, disse ele, o queixo erguido.
“Eu sei”, respondeu Indio, sua voz um rosnado baixo. “Mas ele precisava.”
Enquanto Indio verificava se ele estava bem, Marcos se aproximou com uma toalha limpa e um copo de água.
“Para os nervos”, disse Marcos, seu olhar suave percorrendo os dois.
Aquela noite foi o início. Your XL Twink, acostumado a ser desejado por sua imagem, se viu atraído pela solidez silenciosa de Indio. Indio, por sua vez, se viu deslumbrado não apenas pela beleza, mas pela coragem e vulnerabilidade por trás da persona. E Marcos, sempre observando, sentiu um novo sentimento brotar: não ciúmes, mas uma estranha e profunda afeição pela conexão que via surgir entre os dois.
O amor que floresceu foi tão incomum quanto eles. Não era um triângulo, mas um triângulo equilátero. Era Indio ensinando Your XL Twink a pescar no rio, rindo de suas expressões dramáticas. Era Your XL Twink ensinando Indio a dançar na sala da pousada, sob o olhar divertido de Marcos. Era Marcos, o anfitrião, encontrando uma felicidade tranquila em unir os dois, em ser o terreno comum onde aquelas duas forças opostas podiam se encontrar.
Numa noite tranquila na varanda da pousada, os três estavam reunidos. Your XL Twink, com a cabeça no ombro de Indio, olhou para Marcos.
“Você sabe, Marcos, você é a cola que mantém essa loucura unida.”
Indio concordou com um grunhido, seu braço encontrando o de Marcos num aperto de camaradagem.
Marcos sorriu, seu coração cheio de uma forma que nunca imaginara possível. Três homens, um selvagem, um showman e um curador, descobriram que o amor não precisa ser uma disputa. Pode ser um refúgio. Um lar construído não por dois, mas por três corações que, de formas diferentes, se completavam perfeitamente.