BR MENINOS ONLINE – Diego Mineiro and Nando Chaves fuck

O sol era um forno a lenha sobre o canteiro de obras. Diego Mineiro, com os músculos tensos e a camisa encharcada, carregava sacos de cimento como se fossem de plumas. Ele era a espinha dorsal do projeto, um mestre de obras cuja vida era feita de concreto, suor e a solidez palpável do que suas mãos construíam.

Do alto do andaime, um assobio cortou o ar. Era Nando Chaves, o engenheiro recém-chegado de São Paulo. De óculos de armação fina e camisa de manga curta ainda impecável, ele segurava uma prancheta com a planta do edifício.

“Mineiro! O posicionamento desse pilar está dois centímetros fora do eixo!”, gritou Nando, sua voz nítida e carregada de uma precisão que irritou Diego instantaneamente.

Diego cuspiu no chão, perto da bota engraxada de Nando. “Dois centímetros não segura o prédio nem derruba, doutor. A terra aqui ‘cega’. O projeto de escritório não entende.”

Era o início de uma guerra fria. De um lado, a experiência rude de Diego, que lia o terreno como um livro. Do outro, a ciência meticulosa de Nando, que confiava nos números como um evangelho. Eles discutiam sobre tudo: dos tipos de brita aos métodos de fundação.

A trégua forçada veio com uma chuva torrencial que transformou o canteiro em um lamaçal. Um deslizamento de terra soterrou parte da ferramentaria. Sem pensar, Nando, de mocassim e tudo, entrou na lama ao lado de Diego para ajudar a desenterrar as ferramentas. Diego, surpreso, viu que o “doutor” não tinha medo de sujar as mãos.

O respeito nasceu ali, na lama. Nando começou a ouvir as intuições de Diego sobre o terreno. Diego, por sua vez, começou a entender a beleza lógica dos cálculos de Nando. Eles se tornaram uma equipe improvável: a visão do céu (Nando) e os pés no chão (Diego).

O amor foi uma construção lenta e sólida, como as fundações que agora assentavam. Era o café amargo que Diego compartilhava com Nando no almoço. Era o jeito como Nando, discretamente, levava um analgésico para as costas de Diego no final do dia. Era a paciência com que Diego explicava os macetes da construção, e a admiração nos olhos de Nando ao aprendê-los.

A faísca final aconteceu no topo da estrutura, com a vista da cidade aos seus pés. A obra estava adiantada, um feito impossível sem a dupla.

“Você vê?”, disse Nando, orgulhoso. “Precisão e experiência. É a combinação perfeita.”

Diego olhou para o horizonte, depois para Nando. O engenheiro tinha um filete de suor na têmpora, e Diego, num impulso que o assustou, limpou-o com o polegar.

“Talvez não seja só sobre a obra, Nando.”

Nando prendeu a respiração. O mundo barulhento do canteiro pareceu silenciar ao seu redor.

“Talvez…”, Nando sussurrou, seu rosto sério suavizando-se num sorriso tímido, “a combinação perfeita seja outra.”

E no alto daquele esqueleto de aço e concreto, sob um céu cor de rosa, o mestre de obras e o engenheiro descobriram que haviam construído algo muito mais importante que um prédio. Haviam erguido, tijolo por tijolo, um amor inabalável.