Marcus McNeill and Mike Monroe fuck

A chuva batia contra os vidros do estúdio de Marcus McNeill, um som constante que acompanhava o tilintar de suas ferramentas de ourives. Ele era um artesão do metal, um homem que transformava fios de prata e ouro em delicadas joias que contavam histórias. Seu mundo era de precisão, silêncio e solidão escolhida.
Do outro lado do corredor do prédio antigo, o som era totalmente diferente. Guitarra elétrica, bateria e uma voz potente que atravessava as paredes. Mike Monroe e sua banda ensaiavam. Mike era um furacão de energia, um vocalista de rock com rímel escorrido e um coração que parecia bater no ritmo de um *power chord*.
Inicialmente, Marcus via a banda como uma invasão. O barulho quebrava sua concentração, e a energia caótica de Mike era o oposto de sua existência metódica. Ele reclamou, claro. Batia na porta do estúdio com cara de poucos amigos.
“Mais baixo, por favor.”
Mike, com um sorriso desarmante, prometia tentar. Mas a tentativa durava cinco minutos.
O gelo começou a quebrar numa noite de tempestade, quando a energia do prédio caiu. Marcus, no escuro do seu estúdio, ouviu uma batida na porta. Era Mike, segurando uma lanterna e duas garrafas de cerveja.
“Parece que o universo finalmente nos forçou a uma trégua”, disse Mike, oferecendo uma garrafa.
Sentados no chão, à luz de velas, eles conversaram. Mike falou de suas letras, das estradas percorridas, do medo do esquecimento. Marcus, por sua vez, mostrou suas joias, explicou o simbolismo por trás de cada curva, falou do medo de nunca ser verdadeiramente visto.
O amor não foi um roque estridente, mas um *crescendo* suave. Marcus começou a usar protetores auriculares não para abafar o som, mas para ouvir a música de Mike com mais clareza. Mike, por sua vez, começou a aparecer no estúdio de Marcus depois dos ensaios, fascinado pela destreza silenciosa daquelas mãos.
Era Mike quem trazia jantar quando Marcus trabalhava até tarde. Era Marcus quem consertava, com paciência infinita, os colares e pulseiras que Mike quebrava no palco.
A certa altura, Mike parou de cantar sobre estradas perdidas e corações partidos. Ele escreveu uma nova música, suave e acústica. A letra falava de “encontrar uma melodia na quietude” e de “um refúgio de prata no meio do caos”.
Numa noite, ele tocou para Marcus, apenas para ele, no estúdio de joias, cercado por ferramentas e metais preciosos.
“É sobre você”, Mike admitiu, sua voz vulnerável sem o microfone.
Marcus não disse nada. Pegou uma pequena caixa de veludo e entregou a Mike. Dentro, estava um pingente de prata: um punho segurando um diamante, entrelaçado por um fio de ouro. A joia era a fusão perfeita do caos e da ordem, da força e da delicadeza.
“É sobre nós”, Marcus finalmente respondeu.
E naquele estúdio, entre o tilintar suave da prata e o eco de uma nova canção, o ourives e o roqueiro descobriram que o amor era a mais bela sinfonia — aquela que só pode ser composta quando dois corações, aparentemente em frequências diferentes, decidem bater no mesmo ritmo.