Rich Harring sucks AndoliniXXL
A poeira baixava lentamente no armazém abandonado, iluminado apenas por holofotes que cortavam a escuridão. De um lado da arena improvisada, cercada por cordas desfiadas, estava Rich Harring. Ele não era um gigante, mas sua presença era sólida e silenciosa como um rochedo. Seus movimentos no ringue eram calculados, técnicos, um mestre da luta livre clássica que acreditava na disciplina e na tradição.
Do outro lado, uma tempestade de energia e cor. AndoliniXXL, um furacão de cabelo colorido e tatuagens vibrantes, cujo estilo de luta era tão caótico e imprevisível quanto sua personalidade. Ele girava, aplicava chutes voadores e ri alto, transformando cada combate em um espetáculo.
Por meses, eles foram rivais. A rivalidade era o combustível que movia o circuito independente. Rich, o “Purista”, contra Andolini, o “Anarquista”. Os fãs se dividiam. Os promotores adoravam.
A virada aconteceu em um evento principal. Andolini, em um de seus voos acrobáticos, aterrissou mal. O som do tornozelo torcendo foi audível. A dor estampou seu rosto, substituindo a habitual expressão de diversão. Rich, que estava prestes a aplicar seu finalizador, parou. Ele viu o pânico nos olhos do rival. Em vez de aproveitar a vantagem, Rich recuou. Ajoelhou-se ao lado de Andolini e, com um gesto surpreendentemente gentil, segurou seu tornozelo, estabilizando-o até que os médicos chegassem. A multidão, antes barulhenta, ficou em silêncio.
Nos camarins, depois que Andolini foi medicado e imobilizado, Rich apareceu na porta.
“Você era burro de pular daquela altura”, disse Rich, sua voz um rosnado baixo.
“Você é burro de não ter finalizado a luta”, Andolini retorquiu, com um sorriso pálido, mas sincero.
Naquela noite, a rivalidade morreu. O que nasceu foi uma estranha cumplicidade. Rich começou a visitar Andolini durante sua recuperação. Levaria soupu, emprestaria filmes antigos. Andolini, por sua vez, ensinava a Rich os segredos de seus movimentos mais teatrais, rindo quando o sério Rich tentava e falhava miseravelmente.
Rich descobriu que por trás do personagem “AndoliniXXL” havia um homem criativo e vulnerável, com um coração tão grande quanto sua personalidade no ringue. Andolini viu que por trás do “Purista” Rich Harring, havia uma lealdade inabalável e uma quietude que acalmava sua alma hiperativa.
O amor floresceu nos bastidores, entre sessões de fisioterapia e discussões sobre estratégia de luta. Era a mão firme de Rich segurando a de Andolini durante os exercícios doloridos. Era o riso contagiante de Andolini que finalmente arrancou um sorriso verdadeiro do rosto sério de Rich.
Quando Andolini foi liberado para voltar aos treinos, ele não chamou ninguém para ser seu primeiro parceiro de sparring, exceto Rich. No ringue vazio, sob a luz fraca do amanhecer, não houve plateia para ver. Não era uma luta. Era uma dança. A técnica sólida de Rich encontrava a fluidez criativa de Andolini, não como opostos, mas como complementos.
