Little J and Reco Romanello fuck – me and a stranger in my hotel room

**O Rei do Asfalto e o Príncipe do Spray**

Little J era lenda nas pistas de skate da cidade. Seus tornozelos tinham mais histórias de quedas e vitórias do que a calçada tinha rachaduras. Ele se comunicava melhor com o som das rodinhas no concreto do que com palavras. Sua vida era um fluxo de movimentos, de amigos que eram irmãos de queda, e da liberdade áspera dos parques públicos.

Reco Romanello era um fantasma de tinta. O artista de grafite mais procurado – e mais evasivo – da cena underground. Suas assinaturas eram obras de arte complexas que apareciam do nada, em muros abandonados, transformando o cinza da cidade em um museu clandestino de cores. Ele era um espectro, um mito.

Eles se encontraram no lugar errado, na hora certa. Little J e sua turma estavam filmando um vídeo em um velho estacionamento abandonado, o mesmo que Reco havia escolhido para sua mais nova peça monumental. A noite estava quieta até que o som dos skates quebrou a concentração de Reco.

“Ei, sai daí, mano!”, um dos amigos de J gritou, vendo o vulto pintando.
Reco não se virou, apenas respondeu: “Me dá cinco minutos. Só falta o brilho.”

Foi Little J quem parou. Ele não viu um invasor; viu um artista. E a obra, um dragão de escamas azuis e roxas que parecia emergir do concreto, era a coisa mais linda que ele já vira naquele lugar.

“Deixa o cara”, J ordenou, sua voz calma comandando respeito.

Enquanto Reco terminava, J e seus amigos ficaram, sentados nos skates, observando. Quando Reco finalmente desceu da escada, J se aproximou.

“É irado”, ele disse, simplesmente.
Reco, acostumado à polícia ou à admiração exagerada, apenas acenou com a cabeça, limpando as mãos em um pano sujo. “Valeu.”

Na manhã seguinte, a peça estava nas redes sociais. E, no canto inferior, alguém tinha skatado sobre uma poça de tinta fresca, deixando um rastro de rodinhas que subia pela parede como uma assinatura complementar. Era de J. Um acréscimo, não uma vandalização.