Zac Barrett, Craij and Hayden Alexander – a threesome

O vento soprava frio nas ruas de pedra de Edinburgh, mas Zac Barrett não o sentia. Enfiado na sua livraria acolhedora, “O Último Página”, ele arrumava pilhas de livros com uma precisão metódica que contrastava com a tempestade de dúvidas no seu coração. Aos quarenta e cinco anos, Zac acreditava que as grandes histórias, especialmente as de amor, pertenciam apenas às páginas que ele vendia.

Foi então que a campainha da porta tilintou.

Dois homens entraram, e o ar na livraria pareceu mudar. Um deles, Hayden Alexander, era alto e esguio, com olhos cor de avelã que pareciam conter uma calma milenar. Ele usava um casaco comprido de lã e segurava a mão do outro homem com uma naturalidade que era tanto um fato quanto a respiração.

O outro era Craij. Era uma explosão de energia contida. Cabelos escuros desalinhados, um sobretudo aberto sobre uma camiseta de uma banda de rock obscura, e nos seus braços, uma teia de tatuagens contava histórias que Zac mal podia decifrar. Enquanto Hayden emanava serenidade, Craij parecia a própria incarnação de uma tempestade criativa.

“Estávamos procurando por algo de Bukowski,” disse Craij, a voz um pouco áspera, mas os olhos – de um azul intenso – cintilavam com curiosidade.

Zac, um pouco atordoado, levou-os até a seção de poesia. Enquanto procurava, ouviu-os sussurrar. Hayden dizia algo sobre a crueza das palavras de Bukowski, e Craij respondia com um riso baixo que soava como concha do mar. Havia uma dança entre eles, uma sintonia que ia além das palavras. Zac sentiu um frio na alma que não tinha a ver com o clima lá fora. Era solidão.