Charlie Musk and Billy Coogan fuck bareback

O vento soprava folhas secas pela calçada da Rua dos Artistas quando Charlie Musk decidiu que sua vida era monótona demais. Ele era um inventor de coisas pequenas e silenciosas – um abridor de cartas que assobiava jazz, uma caneta que traduzia erros de gramática em poesia. Mas seu maior invento, ele suspeitava, era sua própria solidão.
Foi então que ele viu Billy Coogan pela primeira vez.
Billy não era silencioso. Ele era um estrondo de cores em um dia cinza, pintando um mural gigantesco na lateral de um prédio antigo. Seus braços se moviam com uma energia frenética, manchando de tinta azul, vermelha e dourada. Ele usava macacão e um chapéu de palha surrado, e cantarolava uma canção que Charlie não reconheceu, mas que soou imediatamente como lar.
Charlie, um homem de hábitos e cálculos, passou a tomar o caminho mais longo para o mercado todos os dias, apenas para ver o mural progredir. Ele observava as figuras abstratas tomarem forma: um pássaro saindo de uma gaiola que era, ao mesmo tempo, um relógio e um coração.
Uma tarde, uma chuva de verão surpreendeu a todos. Charlie, sob seu guarda-chuva preto e funcional, viu Billy correndo para salvar suas latas de tinta. Sem pensar, correu para ajudar. Suas mãos, acostumadas à delicadeza de pequenos mecanismos, encontraram as de Billy, ásperas e manchadas de tinta. Era como tocar em um furacão contido.
“Obrigado”, disse Billy, com um sorriso que fez Charlie esquecer a chuva, o guarda-chuva, seu próprio nome. “Eu sou Billy Coogan.”
“Charlie Musk”, ele respondeu, achando seu nome repentinamente sem graça.
Billy apontou para o mural quase terminado. “O que você acha?”
“É… barulhento”, Charlie disse, e então, horrorizado, corrigiu-se: “Digo, é cheio de vida.”
Billy riu, um som que era mais quente que o sol que agora surgia entre as nuvens. “Gosto da primeira descrição melhor. O mundo precisa de mais barulho.”
Naquela noite, Charlie não conseguiu dormir. Ele foi para sua bancada e, em vez de seus projetos usuais, começou a construir uma pequena caixa de música. Ela não tocava uma melodia existente, mas uma canção que ele inventou, uma tentativa de capturar o ritmo do pincel de Billy e o som de sua risada.
Dias se transformaram em semanas. Charlie trouxe café para Billy. Billy arrastou Charlie para uma galeria de arte cheia de pessoas que falavam alto e usavam roupas estranhas. Eles eram sol e lua, terra e céu. Charlie aprendia sobre a coragem desordenada de Billy; Billy maravilhava-se com o universo delicado e ordenado dentro da mente de Charlie.
Num domingo tranquilo, sentados no parque, Billy apontou para um velho carvalho.
“Veja como os galhos são fortes, mas se curvam com o vento”, ele disse. “E as folhas, tão frágeis, dançam na tempestade. É um bom casamento, não acha?”
Charlie olhou para Billy, para a tinta teimosa sob suas unhas, para a maneira como seus olhos capturavam a luz da tarde, e seu coração, aquele pequeno mecanismo que ele sempre considerou previsível, fez algo extraordinário: ele falhou um compasso.
“Billy”, ele começou, suas palavras cuidadosamente escolhidas como peças de um relógio. “Eu acho que… eu invento coisas para preencher os silêncios. Mas desde que te conheci, os silêncios se tornaram a melhor parte.”