Shane Mendes and Johnny Eilish fuck

O vento do outono encurralava as folhas secas num canto do beco onde Shane Mendes tentava, em vão, consertar a moto que teimava em não dar partida. O cheiro de gasolina e frustração pairou no ar. Ele esfregou as mãos sujas de graxa na calça jeans, soltando um suspiro cansado. Foi então que uma voz suave, carregada de uma melodia quase imperceptível, cortou o silêncio.
“Precisa de uma mão?”
Shane se virou e viu Johnny Eilish encostado na porta de madeira da loja de discos ao lado. Seus cabelos escuros caíam sobre os olhos verdes, e um sorriso tímido brincava em seus lábios. Na sua mão, ele segurava um violão baixo, os dedos descansando familiarmente nas cordas.
“Eu acho que precisa de um milagre, não de uma mão”, respondeu Shane, com um sorriso torto.
Johnny se aproximou, não para olhar a moto, mas para fitar Shane. “Às vezes são a mesma coisa”, disse ele, simplesmente.
Nos dias que se seguiram, Johnny não consertou a moto, mas tornou as tardes de tentativa muito mais leves. Ele trazia dois cafés, sentava-se na calçada e tocava acordes suaves enquanto Shane se debruçava sobre o motor. Eles falavam de tudo e de nada: da banda favorita de Johnny, dos quadrinhos que Shane desenhava, da estranheza de seus próprios nomes – ele, Shane, com um nome que soava a cowboy solitário, e Johnny, com um sobrenome que era um eco famoso de uma voz feminina.
Shane descobriu que o mundo de Johnny era feito de compassos e harmonias. Um dia, Johnny tocou uma música que ele mesmo tinha composto. Era uma melodia triste e esperançosa, que falava de becos escuros e da luz que surge de repente. Shane não disse nada. Apenas pegou um caderno de esboços e, com carvão, desenhou a cena: Johnny contra a parede de tijolos, o violão, a expressão de completa entrega. Quando ele mostrou o desenho, Johnny ficou em silêncio por um longo momento.
“Você vê coisas que os outros não veem”, sussurrou Johnny.
“Eu vejo você”, Shane respondeu, e a verdade daquelas palavras pairou no ar, pesada e doce como mel.
O primeiro beijo não aconteceu no beco, mas no pequeno apartamento de Johnny, cercado por pilhas de discos vinis e livros de partituras. Cheirou a poeira antiga e chá de camomila. Foi um beijo lento, que sabia a café e a coragem recém-descoberta. As mãos de Shane, ainda com vestígios de graxa, encontraram as de Johnny, calejadas pelas cordas do violão, e se entrelaçaram perfeitamente.