Silas Brooks fucks Archer Black

O vento soprava frio nas ruas de pedra de Blackwater, mas Silas Brooks não sentia. Seu mundo havia reduzido a um único ponto: a silhueta alta e elegante de Archer Black encostada na janela do segundo andar da livraria, lendo um livro com a fronte franzida em concentração.
Eles eram um estudo em contrastes. Silas, o dono da floricultura “Flores do Vale”, carregava o cheiro de terra e jasmim, suas mãos marcadas pelo trabalho com a terra, mas suaves o suficiente para não machucar uma pétala. Archer, o novo e temido advogado da cidade, vestia ternos impecáveis e carregava o peso de um sobrenome que era sinônimo de poder e frieza. Seus olhos, cor de âmbar, pareciam ver tudo e não se impressionar com nada.
Todas as tardes, Silas observava Archer. E todas as tardes, sem falar uma palavra, ele deixava um pequeno buquê no parapeito da janela da escadaria de incêndio que Archer usava para fumar seu único cigarro do dia. Um ramo de alecrim pela admiração. Uma única rosa branca pela pureza de um sentimento que nem mesmo ele entendia completamente.
Archer nunca agradeceu. Apenas pegava o buquê, cheirava as flores com uma expressão imperscrutável e sumia de volta para seu mundo de leis e contratos.
Até que um dia chuvoso de outono, a rosa branca não estava lá.
Em seu lugar, uma gota de água escorreu pela nuca de Silas quando ele abriu a porta de sua loja. Lá estava Archer, encharcado, seu terno caro grudado no corpo, segurando não uma flor, mas um livro.
“O senhor esqueceu minha rosa hoje”, disse Archer, sua voz um baixo suave que fez o coração de Silas acelerar.
“Eu… pensei que o senhor não notava”, gaguejou Silas, sentindo o chão sumir sob seus pés.
Archer entrou, pingando no piso de madeira. “Eu noto tudo, Silas Brooks. Noto o cuidado com que você escolhe as flores. Noto a maneira como você arruma os vasos com uma delicadeza que meus processos judiciais nunca terão.” Ele estendeu o livro. Era uma edição antiga de “O Jardim Secreto”. “Eu noto a beleza. Apenas… esqueci como reagir a ela.”
Foi o início. Sob o pretexto das flores para o escritório de Archer, Silas começou a visitá-lo. Descobriu que por trás da armadura de tafetá e palavras difíceis, havia um homem que amava histórias de fantasia e tinha medo de espaços confinados. Archer, por sua vez, descobriu que as mãos calejadas de Silas podiam não apenas acariciar pétalas, mas também acalmar a tempestade que sempre rugia dentro de seu peito.
O amor deles não foi um incêndio, mas sim o desabrochar lento e constante de uma orquídea rara. Cresceu nos cantos silenciosos do escritório de Archer, onde Silas deixava vasos de lavanda para acalmá-lo. Floresceu nas noites frias na pequena casa de Silas, onde Archer aprendeu a fazer chá e a rir sem culpa.
Mas o mundo exterior era cruel. Os sussurros começaram. “O florista e o abutre”, diziam alguns. A família Black, em particular, via aquela união como uma aberração, uma mancha no legado impecável do sobrenome.
A pressão aumentou. Archer começou a faltar aos encontros. Seus olhos, que haviam aprendido a brilhar perto de Silas, voltaram a ser de âmbar gelado. Silas sentiu o inverno chegar, mais frio do que qualquer outro.
Uma noite, Archer apareceu na porta de Silas, o rosto pálido, segurando uma carta. “Eles me deram um ultimato. Londres. Um cargo de sócio. Uma vida ‘adequada’.”
Silas sentiu seu mundo desmoronar. Mas ele apenas assentiu, as lágrimas queimando atrás dos olhos. “Eu entendo.”
Archer olhou para ele, e pela primeira vez, Silas vê o medo cru em seus olhos. “Você não vai me pedir para ficar?”
“O amor não é uma gaiola, Archer”, sussurrou Silas. “Não posso podar suas asas só para tê-lo no meu jardim.”
Archer fechou os olhos, lutando contra uma emoção violenta. Quando os abriu, havia uma decisão lá. Ele pegou a mão de Silas, sua pele macia encontrando as calosidades.
“Por toda a minha vida”, Archer disse, sua voz firme, “eu lutei por coisas que não significavam nada. Títulos, vitórias, um legado vazio. E então eu encontrei você. Um homem que não luta por nada, mas cultiva a beleza em silêncio. Suas raízes são mais fortes do que qualquer uma das minhas fundações.”
Ele rasgou a carta e deixou os pedaços caírem no chão.
“Minha asa é você, Silas. Meu jardim é aqui.”