Jeriko Leon (leonjeko) fucks Khai Victor

O vento soprava frio nas ruas de pedra de Valência, mas Jeriko Leon não o sentia. Enfiado em seu casaco surrado, ele caminhava com um objetivo único: o pequeno estúdio de cerâmica no final da Rua das Flores. Lá dentro, entre o cheiro de argila úmida e esmalte, estava Khai Victor.
Khai era o oposto de Leon, como ele gostava de ser chamado. Enquanto Leon era tempestade – cabelos escuros sempre despenteados, olhos cor de âmbar que ardiam com uma intensidade quase feroz –, Khai era calmaria. Seus movimentos entre as peças de cerâmica eram deliberados, suaves, e seus olhos verdes tinham a serenidade de um bosque antigo.
Leon era um artista do fogo, um ourives que transformava metais brutos em joias cheias de curvas orgânicas e texturas irregulares. Khai era um artista da terra, moldando vasos de linhas puras e elegantes, que pareciam conter o silêncio em seu interior.
Eles se conheceram por acaso, quando Leon entrou no estúdio atrás de um esmalte específico para uma de suas peças. Khai o atendeu com uma paciência que fez o ourives inquieto se sentir, pela primeira vez, um pouco deslocado. Leon, normalmente direto e um tanto abrupto, encontrou-se falando mais devagar, escolhendo as palavras com um cuidado que não era seu.
A atração foi imediata, mas o amor veio devagar, como o lento giro da roda de oleiro de Khai.
Leon começou a visitar o estúdio com frequência, sempre com uma desculpa. “Preciso de uma opinião sobre esta textura”, dizia ele, mostrando um colar de prata. Khai olhava, seus dedos finais acariciando a superfície áspera, e sussurrava: “Parece a casca de uma árvore centenária. Está perfeito”.
Em troca, Khai, que era um homem de poucas palavras, começou a se abrir. Mostrou a Leon os segredos da argila, como uma pressão muito forte poderia arruinar uma peça, e como a paciência na secagem era tudo. Leon, que trabalhava com marteladas decisivas e o calor extremo do fogo, aprendeu a valorizar o tempo lento.
Uma tarde, Leon chegou ao estúdio carregando uma caixa de madeira. Khai estava finalizando um vaso alto, de pescoço estreito, uma peça de uma fragilidade comovente.
“Eu fiz isso para você”, disse Leon, a voz um pouco rouca.
Dentro da caixa, sobre um veludo escuro, repousava um alfinete de prata. Não era uma joia comum. Tinha a forma de uma folha de louro, estilizada, mas com as veias tão detalhadas que pareciam reais.