Edoardo Fresia (mynameisedo) and Magicporn suck and play in the shower

O apartamento de Edoardo Fresia era um santuário para o caos criativo. Roupas vintage e sketches para sua próxima coleção se espalhavam pela sala, enquanto o aroma de café forte sempre pairava no ar. Era um mundo tangível, de texturas e sons reais – o tilintar de xícaras, o riscar de seu lápis sobre o papel.

Seu refúgio online, no entanto, era um universo à parte. Lá, ele era **mynameisedo**, um fotógrafo amador que capturava a melancolia das cidades vazias e a luz do fim de tarde sobre o concreto. Foi em um fórum obscuro sobre técnicas de iluminação noturna que ele encontrou **Magicporn**.

Magicporn não postava fotos, mas poesias visuais. Ela (Edoardo tinha a certeza de que era uma “ela”) descrevia cores que não existiam, sombras que dançavam sozinhas e a magia escondida nos pixels de uma tela. Seus textos eram curtos, intensos, e faziam Edoardo ver sua própria cidade com novos olhos. Eles começaram a trocar mensagens: ele comentava sobre suas palavras com a sensibilidade de um artista visual; ela respondia com metáforas que destrinchavam a alma de suas fotografias.

Foi uma conexão feita de fios invisíveis, um diálogo entre a imagem e a palavra, entre o **Edoardo** real e a entidade etérea chamada **Magicporn**.

Um ano depois, uma exposição coletiva em Milão. Edoardo, com o coração batendo forte, tinha três fotos selecionadas. O vernissage estava lotado, um mar de rostos desconhecidos. Até que ele viu uma mulher, sozinha, parada diante de sua foto favorita – uma imagem de uma rua molhada após a chuva, onde os refletores dos carros se transformavam em manchas douradas.

Ela usava um vestido cor de vinho e tinha olhos que parecem conter histórias não contadas. Algo na postura dela, uma quietude intensa, fez Edoardo se aproximar.

“Essa é a minha preferida,” ele disse, o coração aos pulos.

Ela se virou, e um sorriso pequeno, quase secreto, surgiu em seus lábios. “É estranho,” ela respondeu, a voz um sussurro melodioso. “Parece que eu já vi essa cena antes, em palavras.”