Davi Paixao fucks Jolian
Claro, aqui está uma pequena história de amor com Davi Paixão e Jolian.
Davi Paixão era um poeta que não acreditava mais no amor. Escrevia versos vazios para cartões de aniversário, seu único sustento, enquanto sua máquina de escrever antiga guardava silêncio sobre os sentimentos que outrora transbordavam. Seu mundo era um apartamento pequeno, com livros empilhados e a melancolia pairando como fumaça de cigarro.
Jolian consertava coisas. Na oficina mecânica embaixo do apartamento de Davi, suas mãos, sempre manchadas de graxa, traziam motores de volta à vida. Ele era feito de ruído, de risada fácil e de gestos práticos. Enquanto Davi lidava com abstrações quebradas, Jolian lidava com a realidade concreta das peças que se encaixavam perfeitamente.
O primeiro encontro foi um acidente. Um cano estragado no banheiro de Davi fez uma goteira constante cair no teto da oficina, bem em cima de um motor que Jolian estava reconstruindo com paciência. Irritado, Jolian subiu para reclamar. Abriu a porta e viu Davi, desolado, tentando conter a água com panos e baldes, cercado por papéis amassados com versos ruins.
A fúria de Jolian se dissolveu. Em vez de xingar, ele pegou suas ferramentas e consertou o cano em minutos. Davi, envergonhado, ofereceu-lhe café. Enquanto Jolian secava as mãos na calça, seus olhos pousaram na máquina de escrever.
— Escreve o quê? — perguntou, curioso.
— Nada que preste — respondeu Davi, olhando para o chão.
— Tenta consertar, então. Você viu como eu fiz com o cano? Às vezes a peça certa só precisa ser encontrada.
Aquela frase simples, vinda de um homem que consertava o mundo com chaves e ferramentas, ecoou na alma de Davi. Jolian começou a subir não só para consertar coisas quebradas no apartamento — uma fechadura, um interruptor, a porta do armário — mas também para tomar café e falar de tudo. Davi descobriu a poesia nos gestos práticos de Jolian. Jolian descobriu que as palavras de Davi, quando verdadeiras, podiam consertar algo dentro dele.
O amor não veio em sonetos ou serenatas. Veio no dia em que Jolian apareceu com uma pequena peça de metal que ele mesmo fizera no torno.
— É para sua máquina de escrever. A letra “A” estava falhando, não estava?
Davi ficou emocionado. Ninguém notava aqueles detalhes. Escreveu, então, o primeiro verso verdadeiro em anos: “*Teu nome é uma ferramenta que consertou meu silêncio.*”
Jolian leu e sorriu, corando. Agora, o apartamento de Davi tem cheiro de graxa e café, e a oficina de Jolian tem um poema colado na parede, protegido por um plástico, perto das chaves e das porcas. Dois mundos diferentes, duas ferramentas diferentes, consertando um ao outro.
