Randhy Jr and Dionisio Greca – a threesome

O estúdio de Randhy Jr era um caos organizado. Telas gigantescas ocupavam as paredes, respingadas com manchas de tinta de todas as cores possíveis e imagináveis. Ele era um furacão de criatividade, com as mãos sempre sujas de carmim e azul-cobalto, mas seu coração parecia pintado apenas em tons de cinza. A inspiração para sua próxima grande exposição simplesmente se recusava a aparecer.
Uma tarde, enquanto lutava com um esboço que não saía do lugar, um som começou a flutuar pela janela aberta do prédio ao lado. Era o som de um saxofone, suave e melancólico, que enchia o ar quente com uma dorosa beleza. A melodia era complexa, cheia de histórias não contadas e saudades sem nome. Randhy Jr parou, pincel no ar, e simplesmente ouviu. Pela primeira vez em semanas, a quietude em sua mente foi preenchida por algo que não era silêncio.
Dionísio Greca tocava para o vazio do seu pequeno apartamento. A música era seu refúgio, o lugar onde colocava tudo o que não conseguia dizer em palavras. Ele era um homem tranquilo, de sorriso fácil, mas seus olhos guardavam uma profundidade que poucos percebiam. Tocar era sua oração, sua confissão.