Austin Black and Zane Belville fuck

O mundo de Austin Black era silencioso. Como um produtor musical de sucesso, ele passava dias isolado em seu estúdio, cercado por sintetizadores, fios e uma parede de som que, ironicamente, criava uma barreira entre ele e o mundo exterior. Seus dias eram uma sequência de batidas precisas, acordes menores e uma solidão que ele nem mesmo admitia para si mesmo. Seu apartamento, com vista para a cidade, era moderno, impessoal e frio como uma caixa de reverberação.
Zane Belville era o oposto absoluto. Um florista cuja pequena loja, “O Jardim de Zane”, ficava na rua de baixo. Zane era feito de cores e texturas. Suas mãos, sempre com um pouco de terra sob as unhas, transformavam buquês em narrativas de alegria, condolência ou amor. Sua presença era um convite, e a loja, um refúgio de vida e fragrâncias.
Seus caminhos se cruzaram por acaso. Austin, em busca de um momento de quietude que não fosse a sua própria, entrou na floricultura. O cheiro de terra molhada e jasmim o atingiu como uma onda suave.
“Precisa de ajuda?”, uma voz calorosa perguntou. Era Zane, segurando um vaso com uma orquídea delicada.
“Apenas… olhando”, Austin respondeu, sentindo-se deslocado em meio a tanta vida.
Zane simplesmente sorriu. “Fique à vontade. Algumas plantas só precisam de um pouco de silêncio para florescer.” A observação foi tão perspicaz que Austin ficou parado, olhando para ele. Zane pareceu entender algo que nem Austin havia articulado.
Austin começou a voltar todos os dias. Primeiro, para comprar um pequeno cacto para seu estúdio. Depois, um vaso de samambaia. Cada visita era um breve intervalo de cor em sua existência monocromática. Zane nunca pressionava; apenas oferecia histórias sobre cada planta, ensinando-o a cuidar delas.
A música de Austin começou a mudar. As batidas ganharam um ritmo mais orgânico, as melodias ficaram mais suaves, como uma brisa passando por folhagens. Ele estava, inconscientemente, compondo a trilha sonora do mundo de Zane.
A convite tímido de Austin, Zane foi ao seu estúdio. Ver aquele homem tão conectado à terra imerso em um universo de tecnologia digital foi uma imagem que tocou Austin profundamente. Zane ficou maravilhado, tocando os teclados com reverência.
“É como você cultiva o som”, Zane sussurrou, impressionado.
Naquela noite, Austin compôs uma melodia simples e bela, observando Zane, que adormecera no sofá do estúdio, exausto após um dia longo de trabalho. Era a primeira vez que o silêncio de Austin não era solitário, mas compartilhado. Era pacífico.
Algumas semanas depois, Zane apareceu no estúdio com um pequeno vaso contendo uma única flor negra, rara e deslumbrante.
“É como você”, Zane disse, seu rosto corando levemente. “Único. E precisa de mais luz do que pensa.”
Austin pegou o vaso, e suas mãos, acostumadas a criar beleza intangível, tocaram as de Zane, que criavam beleza viva. Naquele toque, o último acorde de sua solidão se dissolveu.
Austin Black, o arquiteto de sons, finalmente encontrou sua melodia mais importante não em uma máquina, mas no coração de Zane Belville. E Zane, que dedicava a vida a fazer os outros florescerem, encontrou alguém que fazia sua própria alma cantar. Juntos, eles criaram um jardim secreto, onde a música e as flores viviam em perfeita harmonia.