Jamie Eliot and Joe Angelli fuck
A livraria “Páginas Esquecidas” era o refúgio de Jamie Eliot. Um labirinto acolhedor de estantes de madeira escura, cheiro de papel antigo e silêncio quebrado apenas pelo sussurro das páginas sendo viradas. Jamie, um bibliotecário de óculos na ponta do nariz e coração cauteloso, achava conforto na ordem alfabética e na previsibilidade das histórias já escritas.
Joe Angelli era uma história completamente diferente, e ainda não escrita. Ele irrompeu na livraria como um raio de sol napolitano, vestindo um casaco de couro surrado e uma energia que fazia o pó dançar nos raios de luz. Sua voz, usada para comandar a cozinha de seu pequeno restaurante italiano do outro lado da rua, ecoava pelo ambiente tranquilo.
“Scusa! Desculpe”, ele riu, após esbarrar em uma pilha de livros que Jamie organizava meticulosamente. “Estou procurando um livro sobre a história da polenta. Algo emocionante!”
Jamie ajustou os óculos, um tanto irritado. “História da polenta? ‘Emocionante’ não é o termo que eu usaria.” Mas os olhos de Joe, cheios de calor e sinceridade, desarmaram-no. Ele o guiou até uma seção de culinária histórica.
Nos dias seguintes, Joe tornou-se um visitante frequente, sempre com perguntas excêntricas e um pedaço de algo delicioso para Jamie – um panetone caseiro, um focaccia ainda quente. Jamie, inicialmente reticente, começou a esperar por aquelas intromissões barulhentas em sua rotina silenciosa.
Joe falava de ingredientes como se fossem poesia, e Jamie descobria que ouvi-lo era como ler um romance vivo. Joe, por sua vez, via a maneira gentil e paciente como Jamie cuidava dos livros e dos clientes, e encontrou uma calma que sua vida acelerada na cozinha nunca teve.
O romance floresceu entre as estantes. Sussurros trocados no corredor de poesia, mãos que se roçavam ao alcançar o mesmo livro, almoços rápidos no restaurante de Joe, onde Jamie era o único cliente com quem o chef sentava para comer.
Uma tarde, Joe chegou à livraria com um livro velho e sem capa. “Para você”, disse, seu sotaque italiano mais espesso pela emoção. “É o diário de receitas da minha avó. Não há nada mais precioso. Eu confio em você.”
Jamie aceitou o livro com as mãos trêmulas, entendendo a magnitude daquele gesto. Era a história de Joe, suas raízes, seu coração. Naquela noite, fechando a livraria, Jamie não procurou por uma história nas prateleiras. Em vez disso, ele foi até o restaurante, onde a luz ainda estava acesa.
Joe estava lá, limpando os balcões. Ele olhou para Jamie, e nenhum dos dois precisou dizer nada. O silêncio entre eles era confortável, preenchido por tudo o que já haviam compartilhado.
Jamie Eliot, o guardião de histórias passadas, finalmente se permitiu viver a sua própria. E Joe Angelli, que alimentava o corpo das pessoas, encontrou alguém que alimentava sua alma. Juntos, eles estavam escrevendo um novo capítulo, e a única certeza era que seria repleto de amor, livros e muita, muita massa caseira.
