Sean Ford and Chase Parker (Chasexparkerr) flip fuck

Sean Ford era um pintor de paredes. Não das famosas, das brancas e vazias de apartamentos de solteiro. Ele carregava consigo o cheiro suave de tinta e o hábito quieto de observar o mundo como se estivesse sempre buscando a cor perfeita para descrevê-lo. Sua vida era uma paleta de tons previsíveis até aquele outono.
Chase Parker era o caos em movimento. Um fotógrafo freelance, ele se mudou para o apartamento 302 do prédio de Sean em uma tempestade de caixas desengonçadas, tripés e risadas altas ao telefone. Era um contraste gritante com a serenidade metódica de Sean.
O primeiro encontro foi no saguão. Sean, com sua lata de tinta e rolo, ajudou Chase a encontrar uma caixa que havia escapado, contendo nada menos que dezenas de rolos de filme antigo.
“Você é o cara da tinta”, Chase disse, com um sorriso que não esperava permissão para iluminar o rosto. Seus olhos eram da cor do céu antes de uma tempestade. “Eu sou o cara do clique. Chase.”
“Sean”, ele respondeu, sentindo o coração bater um compasso irregular, como se tivesse tropeçado num degrau.
Os dias que se seguiram foram uma lenta e deliciosa aguarela de encontros. Sean pintava a varanda do último andar e via Chase no parque, fotografando pombas ou crianças correndo. Chase, por sua vez, começou a notar o homem quieto no alto do prédio, uma figura solitária e focada contra o céu. Ele começou a fotografá-lo, de longe, através das lentes.
A ponte entre eles foi construída numa tarde de quinta-feira. Uma forte ventania espalhou as fotografias recém-reveladas de Chase pelo pátio do prédio. Sean, voltando do trabalho, viu as imagens dançando no ar e, sem pensar, correu para ajudá-lo a pegá-las. Ajoelhados no gramado, juntando pedaços de papel que capturavam raios de sol e sombras alongadas, seus dedos se tocaram ao alcançar a mesma foto: uma imagem um pouco tremida do próprio Sean, de costas, pintando a parede, com a luz do entardecer dourando seus ombros.