JuanDa Villadiego and Paul Docux fuck

O vento soprava frio pelas ruas de pedra de Monschau, mas JuanDa Villadiego não sentia o frio. Seu sangue corria quente, impulsionado pela ansiedade que o consumia havia semanas. Ele ajustou o colarinho do casaco, os olhos fixos na galeria do outro lado da rua.
Dentro, Paul Docux dava os últimos retoques na exposição. “Luz e Sombra”, seu projeto mais pessoal, uma coleção de fotografias que contava uma história que só ele conhecia por completo. As imagens capturavam a melancolia do inverno renano, mas também uma estranha centelha de calor, um contraste que os críticos elogiavam, mas não totalmente compreendiam.
JuanDa finalmente reuniu coragem e entrou. O som de seus passos no assoalho de madeira fez Paul se virar. O fotógrafo francês congelou por um segundo, uma câmera vintage pendurada no pescoço, os dedos manchados de um leve resquício de produto de limpeza. Seus olhos, de um azul profundo como o céu noturno, encontraram os de JuanDa, castanhos e cheios de uma tempestade silenciosa.
“JuanDa”, Paul sussurrou, o nome soando como uma poesia em seus lábios.
“Paul”, respondeu o colombiano, a voz um pouco rouca. “Finalmente te encontro.”
Eles se conheciam apenas através de pixels e palavras. Um like acidental em uma fotografia de uma praça em Bogotá havia iniciado tudo. Uma mensagem, depois outra, e logo suas conversas se estendiam pela madrugada. Eles falavam de arte, de suas viagens, dos medos mais profundos e dos sonhos mais loucos. Paul, o francês meticuloso e introspectivo, encontrou em JuanDa, o colombiano espontâneo e passionais, uma chama que não sabia que precisava. E JuanDa encontrou em Paul um porto seguro para sua alma inquieta.
Mas eles nunca se haviam visto. A vida, com suas obrigações, sempre colocava um obstáculo. Até hoje.
“Você veio”, disse Paul, fechando a distância entre eles. Seus dedos limpos tocaram levemente o braço de JuanDa, como para certificar-se de que ele era real.
“Eu disse que viria”, JuanDa sorriu, um sorriso que chegou aos seus olhos, iluminando todo o seu rosto. “Não ia perder a tua primeira grande exposição.”
Paul o levou pela galeria, explicando cada foto com uma voz suave e dedicada. JuanDa ouvia, mas mais do que as palavras, ele observava as mãos de Paul, a paixão em seu olhar, a maneira como seu queixo se inclinava quando falava de uma determinada textura de luz. Ele estava mais lindo do que qualquer imagem.
Então, pararam diante de uma foto maior que as outras, isolada em uma parede branca. Não era uma paisagem alemã. Era uma foto desfocada de uma varanda em uma tarde chuvosa, com as luzes de uma cidade cintilando ao fundo. Bogotá. E no canto inferior, quase fora de foco, estava a silhueta de um homem, de costas, olhando a cidade.
JuanDa sentiu o ar faltar em seus pulmões. Era a *sua* varanda. Era *ele*.
“Eu intitulei esta de ‘A Espera'”, Paul disse, sua voz agora um fio de som. “Tirei ela na minha última noite em Bogotá, há três meses. Eu vim te ver, JuanDa. Eu estava ali, do outro lado da rua, no café, com minha câmera. Eu te vi na varanda, mas… tive medo.”
“Medo?” JuanDa perguntou, seu coração batendo forte contra suas costelas.
“Medo de que a realidade não fosse tão perfeita quanto os nossos textos. Medo de estragar o que tínhamos.” Paul finalmente olhou nos olhos dele. “Então eu capturei aquela imagem. A espera. A dúvida. A distância que eu mesmo impus.”
JuanDa não disse nada. Em vez disso, ele tomou a face de Paul entre suas mãos, as palmas ásperas contra a pele suave do francês. O mundo lá fora, o vernissage, os críticos, tudo desapareceu. Havia apenas os dois naquele espaço silencioso, rodeados por imagens de luz e sombra, vivendo a sua própria.
“Eu não estou mais esperando”, sussurrou JuanDa.
E então, ele fechou a pequena distância que restava.
O beijo não foi de conto de fadas. Foi desajeitado, cheio do gosto de lágrimas não derramadas e do alívio de uma longa espera. Era quente, real, e carregado de todas as palavras não ditas em todos aqueles meses. Era a resposta para todas as perguntas, a solução para todas as dúvidas.
Quando se separaram, ofegantes, Paul riu, um som leve e livre. “A realidade”, ele disse, encostando a testa na de JuanDa, “é infinitamente melhor.”
JuanDa sorriu. “Eu te amo, Paul Docux. Desde a primeira mensagem.”
“E eu te amo, JuanDa Villadiego. Por causa da primeira mensagem, e por cada uma que veio depois.”
Do lado de fora, o vento continuou a soprar sobre Monschau, mas dentro da galeria, cercados por capturas perfeitas de luz e sombra, eles haviam finalmente encontrado seu próprio e perfeito equilíbrio entre os dois. Não era mais uma espera. Era um começo.