German blond fucks a bald Latino hungry for cock – Jon Metzger, Joris Leonard – RAWMAN, Mike Miles

O velho barco de madeira balançava suavemente nas águas calmas do lago, sob um céu pintado de laranja e roxo pelo pôr do sol. Jon Metzger ajustou os óculos no nariz, tentando focar na linha de pesca, mas seus olhos, como sempre, fugiam para a cabana à beira do lago. Para a varanda, especificamente, onde uma silhueta familiar se movia.
Joris Leonard colocava duas xícaras de chá na mesa de madeira rústica, seu cabelo grisalho capturando os últimos raios de sol como fios de prata. Ele não precisava olhar para saber que Jon estava observando. Um sorriso tranquilo iluminou seu rosto, um rosto que Jon conhecia há quarenta anos e que ainda era o mapa de sua própria felicidade.
A história deles não começou naquela cabana, mas em uma biblioteca poeirenta da universidade. Jon, o estudante de literatura, tímido e com a cabeça sempre enterrada em um livro de Neruda. Joris, o estudante de biologia, extrovertido e com os bolsos cheios de folhas e sementes que coletava.
Jon se lembrava do nervosismo daquela primeira conversa, perto das estantes de botânica.
“Você é Jon Metzger, não é? Acho que você pegou meu livro de anatomia vegetal por engano”, dissera Joris, com uma voz mais suave do que Jon esperava.
“Desculpe”, Jon gaguejou, corando. “É que a capa é muito similar à do ‘Cem Anos de Solidão’.”
Joris riu, um som claro e aberto. “Não se preocupe. Talvez García Márquez e as plantas tenham mais em comum do que imaginamos. Ambos precisam de boas raízes.”
Aquelas raízes cresceram lentamente, de um café, depois um jantar, depois longas caminhadas onde Joris nomeava todas as flores e árvores, e Jon recitava poemas para elas. O mundo via seu amor como uma amizade intensa, um desvio curioso. Eles ouviram sussurros, enfrentaram silêncios desconfortáveis de suas famílias, a dura realidade de uma época menos compreensiva. Mas a força quieta de Joris e a paixão contida de Jon eram uma fortaleza.
Jon puxou a linha, vazia. Não importava. Ele nunca pescava para pegar peixes, mas para pescar pensamentos. Joris apareceu na beira do cais, com seus jeans gastos e camisa xadrez.
“O lago está te devendo o jantar again, meu amor?” disse Joris, estendendo a mão.
Jon pegou a mão callosa, aquela mão que segurou a dele em hospitais, que consertou o telhado da cabana, que acariciou sua face no funeral de seu pai.
“Ele está me devendo sua companhia. E eu já recebi.”
Sentados na varanda, o chá de hortelã entre eles, o silêncio era confortável, preenchido apenas pelo canto dos grilos.
“Lembra quando compramos este lugar?” Joris quebrou o silêncio, seus olhos azuis perdidos no lago. “Mal tínhamos dinheiro para o depósito.”
“E você jurou que consertaria o piso afundado”, Jon completou, sorrindo. “Quase caímos no porão na primeira noite.”
“Mas caímos juntos”, Joris corrigiu, virando-se para ele. “Sempre juntos.”
Jon olhou para aquele homem, para as rugas que cercavam seus olhos – rugas de risadas, de preocupações compartilhadas, de anos de olhar para o horizonte ao lado dele. Joris não era um romance de paixão ardente e fugaz; era o amor da constância, da certeza. Era o porto seguro.
“Joris Leonard”, Jon disse, sua voz um pouco rouca pela emoção. “Você foi a melhor história que eu já li. E ainda é.”
Joris pegou a mão de Jon sobre a mesa, entrelaçando os dedos. Seus anéis de madeira simples – esculpidos por Joris de um galho de carvalho caído – se tocaram.
“E você, Jon Metzger, foi o poema que eu nem sabia que precisava decorar. E que nunca esqueci.”
O sol havia desaparecido, dando lugar a um manto de estrelas. Lá dentro, a luz suave da lâmpada iluminava a mesa, os livros de Jon aberto sobre ela, os vasos de Joris com suas mudas no parapeito da janela. Dois mundos diferentes, um único universo.
Era simples. Era tranquilo. Era tudo. Na varanda da cabana à beira do lago, Jon e Joris, de mãos dadas, assistiam à noite chegar, mais uma de uma vida inteira de noites que, por estarem juntos, sempre terminavam sob a mesma constelação: a do amor que persevera.