3some in NY – Greudyn Pena, Miguel Rey, Zack Minx
O armazém à beira do cais era um caixote de concreto cheio de sombras e ecos. Três figuras aguardavam, cada uma representando um vértice de um triângulo instável.
Greudyn Pena era a mente. Pequeno, vestindo um casaco que parecia duas vezes seu tamanho, seus olhos escaneavam o ambiente não em busca de perigo físico, mas de padrões, falhas, variáveis. Ele era um mestre em logística do mercado negro, o arquiteto de trocas invisíveis. Sua arma era uma planilha.
Miguel Rey era o músculo. Ex-militar, sua postura era um monumento à tensão contida. Braços cruzados, olhos fixos na única entrada, ele não falava. Sua presença era uma linguagem por si só: uma promessa de violência eficiente, caso algo saísse do script de Greudyn.
E então havia Zack Minx.
Zack era o caos. Vestia uma jaqueta de couro cheia de adesivos de bandas que ninguém conhecia e um sorriso de quem sabia um segredo hilário e perturbador. Enquanto Greudyn planejava e Miguel vigiava, Zack se equilibrava na ponta dos pés na borda de um palete, como se o mundo fosse seu playground pessoal.
“O barco está atrasado,” anunciou Greudyn, consultando um relógio de pulso antigo. “Em 4,7 minutos, o risco de interceptação aumenta em 18%.”
Miguel Rey apenas emitiu um grunhido baixo, seus olhos estreitando-se ainda mais.
“Relaxa, gente,” disse Zack, pulando do palete e aterrissando sem fazer ruído. “O capitão é um amigo. Um pouco… excêntrico. Ele provavelmente parou para comprar cigarros contrabandeados para ele mesmo.”




